A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

domingo, 30 de maio de 2010

E AGORA COMO FICAMOS ?

Pedro Lima


(Economista e Professor da UFRJ)

Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de
miseráveis e pobres à condição de consumidores;
e que também não entende de economia; pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.

Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos [14 universidades públicas e entendeu mais de 40 campi], e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade [meio milhão de bolsa para pobres em escolas particulares].

Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 291 dólares [valores de janeiro de 2010], e não quebrou a previdência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG-Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis [maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta].
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas
mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8 [criou o G-20].

Lula, que não entende de política externa nem de
conciliação, pois foi sindicalista brucutu; mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a
todos.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o
primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos) uma mulher no cargo de primeira ministra, e que pode inclusive, fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.

Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC; antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir; hoje o PAC é um amortecedor da crise.


Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a
indústria automobilística a bater recorde no trimestre [como também na linha branca de eletrodomésticos].

Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais; é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual [o melhor do mundo para o Le Monde, Times, News Week, Financial Times e outros...].

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador;.. é amigo do tal John Sweeny [presidente da AFL-CIO - American Federation Labor-Central Industrial Congres - a central de trabalhadores dos Estados Unidos, que lá sim, é única...]e entra na Casa Branca com credencial de negociador e fala direto com o Tio
Sam lá, nos "States".

Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa é autor da [maior] mudança geopolítica das Américas [na história].

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um
locutor de bravatas; faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada;.. é bem melhor que todos os outros...!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sem título...

Bem, ter fãs é muito difícil. A formiguinha exilada não para de me pressionar para postar alguma coisa. Conto a vocês que estou com uma gripe maldita, e não posso pensar em nada, pois o vestibular me persegue mais quem minha sombra.

O que verão, é minha redação da escola, por favor avaliem e dêem suas notas.

PROPOSTA:

Leia o texto e o poema a seguir e, baseado no que eles significam pra você, escreva sua redação, dissertativa, com cerca de 25 linhas.

O trabalhador brasileiro, sua grande maioria, recebe salário mensal que tem como ponto de referência a chamada "Cesta Básica".

Comida (Arnaldo Antunes/ Marcelo Fromer/ Sérgio Britto)

Bebida é agua

Comida é pasto

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?

A gente não quer só comida,

A gente quer comida, diversão e arte

A gente não quer só comida,

A gente quer saída para qualquer parte,

A gente não quer só comida,

A gente quer bebida, diversão, balé

A gente não quer só comida,

A gente quer a vida como a vida quer

Bebida é agua

Comida é pasto

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?

A gente não quer só comer,

A gente quer comer e quer fazer amor

A gente não quer só comer,

A gente quer prazer pra aliviar a dor

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer dinheiro e felicidade

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer inteiro e não pela metade


Bebida é agua

Comida é pasto

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?

A gente não quer só comida,

A gente quer comida, diversão e arte

A gente não quer só comida,

A gente quer saída para qualquer parte,

A gente não quer só comida,

A gente quer bebida, diversão, balé

A gente não quer só comida,

A gente quer a vida como a vida quer

Bebida é agua

Comida é pasto

Você tem sede de que?

Você tem fome de que?

A gente não quer só comer,

A gente quer comer e quer fazer amor

A gente não quer só comer,

A gente quer prazer pra aliviar a dor

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer dinheiro e felicidade

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer inteiro e não pela metade
Desejo,


(Sem título)

Um grande número de brasileiros sentem fome a cada minuto que passa. Crianças, jovens, adultos e idosos, presos à um sistema duro, injusto e cruel. A massa da população, que forma os alicerces de nossa sociedade, trabalha fielmente para receber injulgável tratamento e salários que fariam rir o mais medíocre dos mendigos.

O Governo do Brasil oferece diversas ajudas econômicas à camada pobre. O problema, é que não são oferecidos à população, um ensino de qualidade, para que o país possua uma mão-de-obra no mínimo especializada, e possa desfrutar de um mercado de trabalho altamente competente.

A sociedade não percebe que o pobre não precisa somente de dinheiro, ele também precisa da mesma infra-estrutura que a alta burguesia possui. A massa da população precisa de uma rede de transportes segura e confiável, educação e lazer.

As universidades públicas do país, são invadidas pelas classes médias e altas, pois o ensino público é vergonhoso. A quem essa sociedade está tentando enganar? O sistema é extremamente excludente, e prima pelo número de cifras da sua conta corrente.

Enquanto o povo não perceber que a democracia do Brasil é uma farsa, não haverá mudanças. Diversos movimentos pelo mundo mostram que a massa tem um grande poder de transformação. Com isso, votar conscientemente, é o único modo de a população eleger pessoas que lutem por uma sociedade mais igualitária.

domingo, 9 de maio de 2010

A estrada e a mulher...

Ele abriu os olhos. Tinha uma luz forte branca. Alguém bateu nele. Ele começou a chorar. Foi carregado. Uma pessoa segurou-o com firmeza. Ele olhou ainda tonto. Um colar de pérolas cintilantes o encarava. Dois olhos verdes. Ele gostava dela. Um homem sério se aproximou. Tinha um ar austero, mas sua presença o confortava. Rapidamente ele foi levado para longe daquelas pessoas tão simpáticas e ficou em um lugar quente e claustrofóbico.

O tempo passou e cada vez mais ele ficava parecido com aqueles gigantes que o acompanhavam a todo momento. Ele acabou aprendendo a falar sua língua, a andar e correr como eles. Ele se tornou um deles. Cresceu. E eles fielmente continuaram cuidando dele. Ele nunca entendeu. Eles nunca cobravam nada.

Um dia o homem não dormiu em casa. No outro também. Na verdade, o homem nunca voltou. O homem não se despediu. Ele ficou muito triste. A mulher não deixava de chorar um único dia. A mulher explicou que os gigantes não eram eternos. Ele ficou pensativo. Ele queria saber o que iria acontecer se seguisse naquela estrada que todos trilhavam. Ele não obteve resposta.

Um dia ele se tornou um gigante. Sabia as leis de Newton. Sabia o que era π. Sabia quais eram os isótopos radioativos do hidrogênio. Sabia a história de toda América. Sabia todos os tipos de vegetação do país. Sabia falar inglês, espanhol e francês. Mas nada disso ajudou-o a compreender a vida.

Ele fez uma prova. Todos os novos gigantes fizeram. Ele não passou. Chegou em casa e foi contar a mulher. A mulher surpreendentemente abraçou-o. A mulher não gritou. Não fez uma única objeção. A mulher se postou ao seu lado e prometeu ajuda-lo. Ele não compreendia aquela mulher. Por que ela o amava?

Ele fez a prova novamente. Ele passou. Ele mostrou o resultado a mulher. A mulher ficou tão radiante, que ele acabou lembrando de uma luz forte e um sorriso de pérolas cintilantes. Ele começou uma nova jornada, muito mais fácil que a primeira.

Ele se envolveu com uns caras estranhos. Começou a beber e a fumar. A mulher não dizia nada como sempre. Foi encontrado na sarjeta jogado. Foi levado para casa. A mulher cuidou dele. Ele se arrependeu. E honrou a mulher.

Ele arrumou um emprego. Uma namorada. Uma esposa. Um filho. Dois filhos. A mulher ficava cada vez mais feliz. E ele também. Ele tinha uma família. E começou a ver menos a mulher. A mulher ficou doente. Muito doente. Ele ficou triste. E confuso. Ainda não sabia como viver para sempre e nem por que a mulher o amava tanto.

Ele chegou no meio da estrada. A mulher no final. A mulher terminou a caminhada. Ele precisava andar muito. Ele não tinha forças. A mulher levara com ela uma parte dele. Ele chorou incontáveis dias. Ele desistiu de viver. Ele esqueceu seu trabalho. Ele esqueceu sua família.

O dia das mães chegou. Ele pensou em tudo que não havia dito aquela mulher. Ele percebeu que não podia agradecer aquela mulher. Ele resolveu honrar aquela mulher novamente e andar com mais afinco pela curta estrada.

Seus filhos cresceram, e seguiram o mesmo caminho da estrada. A estrada estava ficando mais longa e cansativa. Um dia ele viu sua esposa e filhos dentro de uma caixa de madeira. Ele se lembrou da mulher. Ele sabia que eles haviam caído da estrada. Ele não entendia. Eles eram tão jovens. Ele não entendia por que a vida era tão injusta.

Ele chegou perto do fim da estrada. Ele olhou para trás. Ele lembrou. Ele lembrou do homem, da mulher, da esposa, dos filhos, ele lembrou de cada pedra da estrada. Ele estava pronto para o fim da estrada. Ele queria descobrir, o que viria a seguir.

Antes de terminar a estrada. Ele chorou. Ele lembrou como a mulher fora corajosa. A mulher enfrentara a estrada sozinha. A mulher não deixou ele cair da estrada. A mulher nunca cobrou nada por isso. E antes de dar seu último suspiro, ele descobriu as respostas.

A vida, era uma estrada sem volta. Curta ou longa, dependendo de como você anda. A segunda pergunta, foi muito simples. Não havia explicação, para tanto amor e dedicação. Ele percebeu, que só podia sorrir e chorar ao mesmo tempo. Ele só podia agradecer, por aquela mulher ter tido a coragem de aceitar o desafio de ser sua mãe.

Ele terminou a estrada com sorriso e uma lágrima na mesma face enrugada.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O exílio de uma formiga...

Era uma vez uma formiguinha. Ela era muito feliz e adorava sair com seus amigos. Mas um dia, algo aconteceu. Seu pai, recebeu uma proposta muito boa de trabalho, mas de um formigueiro muito distante. Uma nuvem de dúvida pairou sobre as formiguinhas da família. O dinheiro era alto, e ficou resolvido que todos iriam morar no distante formigueiro.

A formiguinha não queria ir. Ela tinha muitos amigos e 3 diferentes pretendentes (:D). Mas, depois de muito choro ela se foi. Até hoje, seu formigueiro parece vazio sem aquela pequena formiguinha. Na verdade, aquele formigueiro não é nada, pensando na glória que foi um dia.

A formiguinha chora todos os dias. A formiguinha pensa todos os dias. A formiguinha tenta entender, mas não consegue, pois a saudade de seus amigos e terra é imensa.

A única coisa que essa formiguinha quer, incrivelmente, não é dinheiro, ou um formigueiro maior. Ela só quer voltar pra casa, ver seus avós e o resto da família. Ela só quer abraçar seus amigos, e poder rir, chorar, e viver com eles para todo sempre.

Obs.: essa história é dedicada `a Gabriella de Menezes, que saiu de seu formigueiro, e ainda vive no exílio...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tortura...

O preso está nu. Está apenas com um capuz. É mantido sentado, com as mãos e os pés amarrados. Está há horas na cela. Sem enxergar nada. Sem saber o que se passa ao seu redor. O interrogador da -- entra de maneira sigilosa portando uma pistola. Abre o tambor e o gira várias vezes perto do ouvido do preso, para que saiba da existência da arma. Pede-lhe uma informação. O preso segue calado. O agente sai, e entra com uma furadeira elétrica. Outros interrogadores colocaram o preso de pé, desta vez no meio da cela. O interrogador liga a furadeira na tomada e brinca com ela, aproximando-se do preso, advertindo-o de que pode furar uma perna, e do muito que pode doer.

A desorientação é total. As celas ficam iluminadas durante 24 horas por dia. A temperatura ambiente é manipulada para fazer com que os presos passem calor ou frio. São deixados nus. Encapuzados. Banhados com água fria. Nas duchas, entram agentes que lhes esfregam o corpo com as mesmas escovas que utilizam na limpeza do chão. São obrigados a se ajoelharem e, uma vez assim, são empurrados para que caiam com todo o seu peso sobre as suas costas. Depois são enrolados em panos. São ridicularizados e desorientados. Arrastados pelo piso. Humilhados. Não são ninguém. Não têm direitos. Ninguém sabe que estão ali, em um lugar secreto, por razões que não lhes são reveladas. E o pior, a dor física está por vir.


PS.: tentem adivinhar quem utiliza tais métodos de tortura...